quarta-feira, 15 de maio de 2013

Quem sou eu?

Não me defino. Por mais que busque, as palavras não são suficientes: são vagas, temporárias e carregam o selo da ilusão. Não posso dizer que sou forte e corajoso da mesma maneira que não afirmo ser fraco e medroso. Equiparo-me ao vento: umas vezes sopra para norte, outras sacode para sul… Lembro-me de ter sido aplaudido entusiasticamente da mesma forma que me lembro de ter sido humilhado publicamente. Afinal qual deles sou eu? O forte ou o fraco? O bom ou o mau? Já fui todos eles... e no entanto ninguém pode ser definido por uma antítese.
Como pode alguém ser, tal como diz o poeta, charco e luar refletido num charco ao mesmo tempo? O sublime e o horrendo simultaneamente?
Vejo por isso, que nenhum atributo me pode definir… Gosto de me ver como um espelho: reflete as mais variadas figuras, uma infinidade de formas, porém, a sua natureza não se confunde com os seus reflexos. A minha natureza é única, indizível, inefável e não tenho necessidade de a definir. Por isso não sei quem sou e, sinceramente, não estou interessado em saber!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Base de dados de artigos sobre parapsicologia

Dean Radin, provavelmente o mais famoso de todos os investigadores na área da parapsicologia, disponibilizou uma base de dados com alguns artigos científicos sobre a temática.
São muitos artigos e não será fácil lê-los todos... de qualquer forma fica aqui o link caso surja algum interessado: http://www.deanradin.com/evidence/evidence.htm

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Fator Terceiro Homem - o segredo de quem enfrenta situações extremas

Imaginem uma situação de solidão e monotonia: estar só no cume de uma montanha, velejar o oceano, atravessar o deserto… nestas situações pode parecer que não há ninguém à nossa volta. Mas será mesmo assim?
Há quem afirme que não devido ao chamado fator terceiro homem. Este fator designa um fenómeno que ocorre, normalmente, a marinheiros solitários e a alpinistas e que se carateriza por uma sensação de estar acompanhado por uma presença (que pode ser simplesmente “sentida”, como pode manifestar-se concretamente ao nível sensorial – ser vista e/ou ouvida) que ajuda os indivíduos em situações difíceis.
O livro “O Fator Terceiro Homem” de John Geiger apresenta muitos casos de encontros com o “terceiro homem”, entre os quais o de Ernest Shackleton que é retratado nos parágrafos seguintes:
Em 1914 Shackleton partiu, juntamente com a sua tripulação, de quase três dezenas de homens, para a Antártida para realizar o feito de atravessar o continente gelado a pé. Porém, antes de lá chegar o seu navio, o Endurance, acabou por ficar preso no gelo do mar de Weddell. Depois de dez meses preso o navio foi abandonado pois estava a afundar-se.
As três dezenas de homens estavam agora no gelo juntamente com os seus mantimentos e botes salva-vidas que retiraram do navio, a milhares de quilómetros da povoação humana mais próxima. Decidiram então atravessar a pé o gelo até chegarem a um ponto onde seria possível meter os seus pequenos botes ao mar e tentar escapar da situação. Caminharam durante 15 meses e já em 1916 meteram-se ao mar. Nessa altura já estavam muito debilitados, quer física, quer moralmente. Após três dias no mar avistam a Ilha Elefante, uma ilha erma, onde ficou quase toda a tripulação. Shackleton e mais cinco tripulantes continuaram de bote rumo à Georgia do Sul (que ficava a mais de 1000 Km da Ilha Elefante) para lá tentarem obter um resgate para a restante tripulação.
A viagem até à Georgia do Sul foi extenuante: enfrentaram furacões, chuvas torrenciais, ondas altíssimas. Ao fim de 17 dias de grande luta pelas suas vidas conseguiram finalmente chegar ao seu destino. Porém a sua provação ainda não estava completa… para chegarem à estação baleeira de Stomness onde poderiam pedir ajuda tinham ainda de atravessar toda a ilha a pé por entre “duas cordilheiras com mais de uma dúzia de picos que passam os dois mil metros, todos rodeados por campos de gelo e vastos glaciares”. Apenas Shackleton e mais dois homens foram, os restantes ficaram a tomar conta do bote. Conseguiram atravessar e chegar a Stomness, onde encontraram a ajuda que precisavam, sendo que também foi enviado um barco que resgatou os membros da tripulação que estavam na Ilha Elefante.
Mais tarde Shackleton disse o seguinte: “Quando recordo esses dias, não tenho dúvida de que a Divina Providência nos guiou, não só naqueles campos de neve, mas pelo mar revolto que separava a Ilha Elefante do nosso local de chegada, na Geórgia do Sul. Sei que durante aquela longa e tortuosa caminhada de trinta e seis horas, por montanhas sem nome e glaciares da Geórgia do Sul, me pareceu muitas vezes que éramos quatro e não três”.
De facto, também os outros dois homens que acompanharam Shackleton na sua caminhada na Geórgia do Sul relataram independentemente ter sentido uma presença de outro ser.
Este tipo de experiências é muito frequente em pessoas quando estão presentes os seguintes fatores: monotonia, solidão, stress extremo e vontade de ultrapassar os problemas. É muito interessante que a terceira pessoa para além de reconfortar psicologicamente as pessoas em situações extremas, dá-lhes conselhos sobre como ultrapassar os problemas que as apoquentam.
Há várias explicações para este fenómeno, umas de ordem neurológica, outras de ordem psicológica e ainda as explicações sobrenaturais/espirituais.
Independentemente da perspetiva que se toma acerca do fator terceiro homem, a grande lição a retirar é que nas situações de maior sofrimento existe a possibilidade de um terceiro homem caminhar ao nosso lado e nos ajudar a ultrapassar as dificuldades. Pelo que parece não estamos sozinhos!